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O livro “Contos Vagabundos”, de Mário de Carvalho e vai para Jéssica Silva, aluna de Línguas e Humanidades do 11º E, que, desde setembro, mais livros requisitou na BEESAP.

No dia 23 de abril de 2021, Dia Mundial do Livro, a nossa biblioteca aproveitou para entregar, pelas mãos do senhor diretor, o prémio ao maior Leitor. Foi mais um momento especial acontecido na nossa biblioteca. Parabéns à Jéssica, em particular, e a todos os leitores, em geral. E a propósito de leituras, vale a pena “ouvir” as respostas da Jéssica a algumas questões que lhe colocámos…

O que é que ler significa para ti?

Para mim, ler significa entrar num novo mundo, um escape à realidade. Durante uma fase mais complicada da minha vida, os livros foram um refúgio para o que me estava a acontecer, e houve vezes que, passadas horas a percorrer cada página com a avidez de quem bebe água ao estar com sede, sentia-me como parte dos lugares onde se desenrolava a história, imaginava-me a conversar com as personagens.

E foi isso que me ajudou a superar essa fase: o achar que pertencia a esses lugares, em nada comparáveis ao sítio a que tinha que pertencer; que seria importante para essas personagens, como não o tinham sido as pessoas com quem partilhava as minhas experiências, sob o olhar indiferente destas. Basicamente, ao ler os pensamentos das personagens, era como se esses espelhassem os meus, ajudando-me a ultrapassar obstáculos que julgava intransponíveis.

Das obras lidas ao longo deste ano letivo (2020-2021), houve alguma que te marcou? Porquê?

Uma das obras que mais me marcou foi “A Bibliotecária de Auschwitz” de Antonio Iturbe. Esta obra aborda a história de Dita Adlerova, uma rapariga deportada para Birkenau, onde Freddy Hirch funda uma escola clandestina no Bloco 31, e do qual a checa se torna a bibliotecária até este local ser destruído. Num mundo onde a morte é uma constante e a vida uma milagrosa exceção e em que algo tão comum como os livros expressamente proibidos, a jovem judia trata, com o amor de uma mãe, oito livros gastos e quase desfeitos que servem para que dezenas de crianças, com um futuro interrompido, se possam libertar dos arames farpados e viajar. Como foi brilhantemente dito neste livro, sob a voz de um professor de Desporto, os nazis podem ter conseguido vencer muitas coisas: roubaram aos judeus o emprego, a dignidade, a família e, em última instância, a própria vida… não conseguiram roubar às crianças a capacidade de sonhar através dos livros.

Num tempo dominado pela tecnologia e pelas redes sociais, há ainda espaço para a leitura?

Num mundo dominado pelas tecnologias e redes sociais, ainda há espaço para a leitura, porque nos permite obter o conhecimento que nunca conseguiríamos obter através de um só toque de dedo, numa era em que a desinformação existe em maior quantidade do que a informação com fontes verídicas. Além disso, oferece ao leitor as aptidões necessárias para enfrentar o mundo real, algo que não poderemos realizar se nos mantivermos constantemente em face de um ecrã.

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